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Tendências para o jornalismo e mídia

Tendências para o jornalismo e mídia

Em 2018, empresas de mídia e notícias devem acompanhar a emergência de tendências tecnológicas em vários setores, incluindo inteligência artificial, mídia social, mineração e análise de dados, hardware e distribuição. O “Relatório de Tendências Tecnológicas para Jornalismo de 2018” do Future Today Institute (FTI) é a primeira análise de tendências tecnológicas emergentes específicas a um mercado e aponta 75 aspectos fundamentais que devem ser observados por aqueles que integram o ecossistema de notícias.

Entre as principais conclusões, estão:

2018 marca o começo do fim dos smartphones nas maiores economias do mundo. O que vem a seguir são interfaces conversacionais, com Zero UI¹. Isso mudará radicalmente o panorama da mídia, e agora é o melhor momento para começar a pensar em cenários futuros;

– Em 2018, um grande número de tecnologias emergentes convergirá para encontrar usos avançados, além dos testes iniciais e da pesquisa aplicada. Esse é um sinal que vale a pena prestar atenção. As organizações de notícias devem dedicar atenção às tendências emergentes em interfaces de voz, descentralização de conteúdo, realidade mista, novos tipos de pesquisa e hardware (como CubeSats e câmeras inteligentes);

Os jornalistas precisam entender o que é inteligência artificial (I.A.), o que não é, e o que isso significa para o futuro das notícias. As pesquisas em I.A. avançaram bastante nos últimos anos e, no relatório produzido, ​​permeia diversas das tendências identificadas. Por isso, é de vital importância que todos os tomadores de decisão dentro das organizações de notícias se familiarizem com o conceito de I.A. e sua aplicabilidade;

– A descentralização surgiu como um tema-chave para 2018. Entre as empresas e organizações pesquisadas, descobriu-se uma nova ênfase em redes “peer-to-peer”² restritas para detectar assédio, compartilhar recursos e conectar-se a fontes. Há também pressão de governos democráticos em todo o mundo para dividir o acesso à internet e restringir certos conteúdos, criando efetivamente dezenas de “splinternets”³;

– A consolidação também é um tema chave para 2018. As startups de notícias, espectros de radiodifusão e inteligência artificial continuarão a ser objeto de fusões e aquisições por, relativamente, poucas corporações. Legislação pendente e ambiente político nos EUA, Europa e em partes da Ásia poderiam concentrar ainda mais o poder de mídia entre um pequeno grupo de organizações de informação e tecnologia no próximo ano;

– Para entender o futuro das notícias, é preciso prestar atenção ao futuro de muitas indústrias e áreas de pesquisa. Quando jornalistas pensam no futuro, devem ampliar o escopo e considerar o desenvolvimento de inúmeros outros campos que também participam da economia do conhecimento. Tecnologia gera tecnologia. Estamos testemunhando uma explosão em câmera lenta.

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¹ Zero UI: consiste no desaparecimento da interface das tecnologias que conhecemos. Atualmente, a maioria dos aparelhos eletrônicos são desenvolvidos para uso por meio de interface visual ou Graphic Interface User (GUI). Será substituída por outros meios como voz, sensores de movimento e gestos, entre outros, tornando as experiências dos usuários muito mais ricas e dando a impressão que o usuário tem maior controle e poder sobre seus aparelhos. De tal forma, Zero UI não deve ser levado ao pé da letra, pois sempre existirá uma interface para nos comunicarmos com diversos dispositivos, o que muda de fato é a maneira que iremos nos comunicar.

² Rede peer-to-peer: formato de rede de computadores em que a principal característica é descentralização das funções convencionais de rede, onde o computador de cada usuário conectado acaba por realizar funções de servidor e de cliente ao mesmo tempo.

³ Splinternet: internet altamente fragmentada resultado dos filtros de conteúdo de diversas nações ou bloqueio total de conteúdo por razões políticas. O termo também é utilizado quando aplicativos, como Facebook ou Instagram, usam parâmetros próprios para acesso à informação, diferente do que ocorre em buscadores, sites, e internet em geral.

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Fundado em 2006, o Future Today Institute (FTI) auxilia líderes e suas organizações a se prepararem para a complexidade do futuro. O FTI se concentra exclusivamente em como a tecnologia e a ciência emergentes vão influenciar os negócios, transformar a força de trabalho e despertar mudanças sociais e geopolíticas. A metodologia de previsão da FTI foi apresentada nas revistas “MIT Sloan Management Review” e na “Harvard Business Review”, e é ministrada em universidades de todo o mundo.

Texto traduzido (com alterações): FTI -Future Today Institute

Para baixar o relatório, clique AQUI.