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Em nome da liberdade de imprensa

Em nome da liberdade de imprensa

A liberdade de imprensa é fator primordial para que cidadãos se mantenham informados sobre os acontecimentos da sociedade e ações dos governos. Assim, não restam dúvidas de que é a imprensa, livre e independente, um dos mecanismos mais importantes para a manutenção de sociedades democráticas e transparentes. Quando pautada, acima de tudo, no interesse público, permite não só a ampliação do acesso à informação, mas também carrega muitos benefícios na transmissão da visão de diferentes perspectivas sobre um mesmo assunto; forma opiniões; desenvolve o pensamento crítico.

Garantir a liberdade de imprensa é, em suma, garantir uma sociedade mais igualitária e justa. No entanto, é cada vez mais comum encontrar grupos que se apropriam indevidamente do discurso em torno da liberdade de imprensa para propagar mensagens enviesadas, contribuindo para grande confusão dos leitores. Não se trata aqui de questões relativas à imparcialidade – sabidamente impossível de se alcançar em sua natureza mais pura, visto que quem escreve ou reporta carrega inexorável carga histórica, sobre a qual relata os fatos. São publicações que carregam em si interesses privados e que tendem a deixar de lado princípios básicos da prática jornalística, como a ética e a verdade.

Desafios

Liberdade de imprensa e liberdade de expressão caminham juntas e constituem direito assegurado a todos. Por isso, práticas que ferem tal direito, incluindo a disseminação de mentiras para promover ou prejudicar alguém – como acontece com as Fake News – devem ser combatidas e, invariavelmente, punidas. Em ano eleitoral, a observância de tal premissa se faz ainda mais necessária, a fim de garantir lisura em um dos poucos instrumentos que requerem participação popular no Brasil: o sufrágio. E, justamente pela pouca maturidade democrática do país (cuja nova Constituição Federal completa 30 anos em 2018, desde o fim do regime da ditadura militar), é preciso garantir a circulação de informações confiáveis.

Após um conturbado regime de impeachment (não perfazendo qualquer julgamento sobre sua legitimidade), e grande polarização entre esquerda e direita, é preciso garantir que o pleito que se realiza em outubro próximo ocorra sobre bases bem estabelecidas. Ganha relevância o papel dos jornalistas, que sempre serão os guardiões do tratamento correto das informações. Repórteres, assessores de comunicação… Todos desempenham função importante nesse processo. É um desafio – da imprensa e demais guardiões da democracia brasileira, mas que se não for enfrentado com firmeza e resolução, pode repercutir de maneira drástica no desenvolvimento do país justo que (quase) todos queremos: uma democracia desconfigurada; ou, uma não-democracia.

Adriano Marquez Leite e Stéfany Vaz*

*(aluna do curso de jornalismo integrante do programa de estágio supervisionado da Universidade Federal de Goiás – UFG)