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O poder de arma atrás de um volante – ou de um teclado

O poder de arma atrás de um volante – ou de um teclado

Duas notícias marcaram o início de agosto: a estúpida briga entre um motorista e um agente de trânsito em Goiânia por causa de uma multa; e a decisão da Justiça pela indenização de uma fotógrafa que foi difamada por seus clientes, em Dallas nos EUA. O desenrolar desses dois casos converge na agressividade gratuita despendida, com a mesma disposição, por quem dirige um veículo ou digita pelos fóruns da internet.

A emoção predomina nas relações cibernéticas. Não à toa, é cada vez mais comum linchamentos online – muitas vezes despertados por motivos fúteis ou, simplesmente, inverídicos. Por outro lado, os estragos causados à imagem dos envolvidos geralmente são irreversíveis e podem culminar no fim de uma empresa, de uma carreira, de uma família ou, em último caso, de uma vida.

O caso de Dallas é um bom exemplo sobre como a fúria de duas pessoas insatisfeitas (sem razão) sobre a prestação de serviços provocaram o fechamento de um estúdio de fotografia. E nesse caso, com total complacência da mídia que, assim como os usuários que navegam apaixonados por suas causas e crenças, deixaram de fazer, num primeiro momento, algo que deveria ser o básico do jornalismo: a checagem; “ouvir os dois lados” com igual interesse e, só depois, construir uma reportagem.

Aprender com os erros dos veículos que noticiaram o caso de Dallas não é dever apenas de repórteres – ou mesmo de quem está do outro lado, nas assessorias. Todos nós, enquanto cidadãos, temos a responsabilidade pelas informações que compartilhamos na internet e, por isso, é sempre bom nos questionar: a procedência dessa notícia é confiável? O poder de um teclado e o de um carro são similares em sua violência. São armas potenciais; basta querer assim usá-las.

Links para as duas notícias:

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